sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Poesia: Do que restou...

A sensação de incompetência é inevitável quando o fim se faz presente.
Um dia a luz vira trevas
Numa tempestade sem fim,
Que mata a cada minuto milhões e milhões de vezes.
E até o fim se consumar,
Sabemos que ainda iremos morrer tantas outras vezes.
O sufoco virá respiração.
A chuva não é mais passageira.
O futuro é sombrio.
Destinados a vagar sem lei e sem fé
Até encontrarmos nossos passos novamente
Até conseguirmos olhar no espelho
É o fim sem morrermos.
É a morte sem dormirmos.
É o a vida sem estarmos.
Alheio a tudo isso
O sol nasce
Em campos tão distantes
Que não conseguimos tocá-lo
Rindo de nossa arrogância
De nossa ignorância
E de nossa incompreensão
Agora só a fumaça me conforta
O som do nada
O indivisível tormento que afaga meus cabelos
_ Fica mais um pouco!
Me deixa adormecer em teus braços.
Conforta-me com tuas mãos frias e sem vida.
E do que restou,
Ainda permanecemos,

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