quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poesia: Felicidade...

Quero a farsa de fingir que não entendo.
Quero o desapego de não saber quem sou.
Pelo menos uma vez,
quero me esquecer de princípios,
de virtudes e do que espero de mim.
Cansei,
Não preciso mais tentar entender o que se passa na minha cabeça,
Nem na cabeça dos outros.
Quero desligar meu cérebro,
e voar...
Perder-me nos teus braços,
sem pensar em nada,
Sem querer ser sempre o centro das minhas atenções.
Quero me purificar de mim mesma.
Apenas ser.
Sem saber o que vão pensar.
O que esperam de mim.
Juro que dessa vez não vou analisar...
Nem quero.
Vou apenas sentir.
E assim vou sonhando,
em um dia te ter, pra me mostrar teu mundo,
tuas cores que não entendo

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Poesia: Vida

Não me arrependo de nada.
Não me arrependo do que fiz,
nem tampouco do que não fiz.
As decisões foram pautadas no que conseguia ver
senão com meus olhos,
com meu coração.
E quando nada conseguia enxergar
com meu pouco caso do futuro
essas decisões, no mínimo,
muito me ensinaram de quem sou,
amedrontando-me as vezes
por me desconhecer em mim mesma
Mas assim vou
chorando, cantando, rindo...
Mas sendo,
na força que me fez decidir
ou não decidir.
Eu mesma,
a noite e o dia
o céu e o inferno
O amor e a falta dele.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Poesia: E quando...

E quando a maré nos leva aonde não queremos ir?
E quando não queremos ficar presos na mais incoerente verdade,
Que nos leva de volta a quem gostaríamos de voltar a ser?
E quando não nos reconhecemos no espelho,
Mas não temos coragem de dar um passo adiante?
E quando as palavras machucam,
E fingimos que não ouvimos, pois sabemos o verdadeiro sentido delas,
E temos tudo a ver com isso?
E quando a lua chama pra dançar,
E estamos descalços, prontos pro que ela tem a nos oferecer,
Mas temos medo?
Medo de ser nossa essência.
Pois dela tiraremos o pior de nós,
Descobrindo nossa indubitável solidão.
Solidão de quem se descobre vindo ao mundo só.
E que dele partirá, completamente nua e descalça.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Poesia: Do que restou...

A sensação de incompetência é inevitável quando o fim se faz presente.
Um dia a luz vira trevas
Numa tempestade sem fim,
Que mata a cada minuto milhões e milhões de vezes.
E até o fim se consumar,
Sabemos que ainda iremos morrer tantas outras vezes.
O sufoco virá respiração.
A chuva não é mais passageira.
O futuro é sombrio.
Destinados a vagar sem lei e sem fé
Até encontrarmos nossos passos novamente
Até conseguirmos olhar no espelho
É o fim sem morrermos.
É a morte sem dormirmos.
É o a vida sem estarmos.
Alheio a tudo isso
O sol nasce
Em campos tão distantes
Que não conseguimos tocá-lo
Rindo de nossa arrogância
De nossa ignorância
E de nossa incompreensão
Agora só a fumaça me conforta
O som do nada
O indivisível tormento que afaga meus cabelos
_ Fica mais um pouco!
Me deixa adormecer em teus braços.
Conforta-me com tuas mãos frias e sem vida.
E do que restou,
Ainda permanecemos,